PROGRAMAS DE INFLUÊNCIA
16 de agosto de 2023
O debate sobre a democratização do acesso à saúde mental tem ganhado cada vez mais espaço em segmentos sociais diversos para além da perspectiva essencialmente clínica. Nesse sentido, pode-se considerar diversos fatores para o adoecimento psíquico da população que mora em territórios periféricos.
Desse modo, fatores como vulnerabilidade econômica, segurança pública, opressão de gênero e dimensões diversas relacionadas ao racismo têm impactos profundos na condição psicológica. Ou seja, é impossível falar de tratamento psicanalítico de modo isolado do cotidiano e de tais fatores de opressão.
Ainda, é fundamental considerar a democratização do acesso à saúde mental como um direito de toda a população, em especial nas periferias. Esse é um contraponto necessário e urgente à perspectiva segundo a qual é um privilégio de classe.
Para Ana Carolina Barros Silva, coordenadora-geral da Casa de Marias, a luta pela democratização do acesso à saúde mental precisa ser sempre coletiva e antirracista. Assim sendo, ela deve ocorrer também por meio de defesa irrestrita do Sistema Único de Saúde (SUS), para assegurar o seu potencial na garantia do direito de acesso à saúde de forma pública, universal, gratuita e irrestrita.
“Não é possível operarmos em dissociação ilusória entre o eu e o mundo, como se esses fossem entes absolutamente separados e em nada estariam implicados um no outro, e como se fôssemos forjados em laboratório e não na realidade. Essa ideia tão divulgada em nossos meios falseia a realidade”, ponderou, durante sua participação no Seminário Territórios Clínicos, realizado em abril.
Fonte: https://fundacaotidesetubal.org.br/dimensoes-multiplas-na-democratizacao-do-acesso-a-saude-mental/